quarta-feira, 13 de maio de 2009

Últimas Fórum de Patrimônio Cultural

Foi aberto o Fórum de Patrimônio Cultural com solenidade com contou com a presença de grandes nomes da arquitetura nacional, dia 12 de maio, no auditório da FAOP-MG, promovido pelo Departamento de Minas Geriais, anfitrião do evento. Na oportunidade, a presidente foi lançada a Campanha do IAB-MG Ano Estadual do Patrimônio Modernista 2009, em Minas Gerais, uma homenagem ao professor Sylvio Vasconcelos.


Os trabalhos foram iniciados nesta quarta-feira¸ no “Fórum de Patrimônio Cultural”, em Ouro Preto, com o arquitetos Whelton Pimentel de Freitas, o Leleco, que explanou sobre a importância da humanização da arquitetura. Confira trechos de sua participação:

“Situações visíveis em Ouro Preto mostram uma relação muito desumana, injusta, díspar dentro da relação da moradia, nos centros históricos, do contrário, aquelas famílias, ou os agentes que eu chamaria aqui de “agentes gentrificadores”, que conseguem comprar esses imóveis por valores que especulação imobiliária que mostra quanto vale; existem imóveis na rua Direita que você não os compra por menos de 400 mil reais, que não serviria para moradia de cinco a seis pessoas, porque são espaços precários que determinariam uma onda de recursos muito alta para poder adaptá-lo para moradia, então, o que nós vemos é o conseqüente crescimento de comércios, a conseqüente utilização de sub-comércios, e aquilo vai virando uma rede comercial que vem fechando toda a parte debaixo dos imóveis, onde tem acesso, um acesso inclusive que nós sabemos, que a questão da acessibilidade é outro grave problema, temos levantamento de que a maioria desses imóveis ainda utilizados para moradia residem idosos, pessoas com deficiência e que hoje tem a maior dificuldad,e por conta da natureza topográfica desses imóveis aqui no centro de Ouro Preto.

Então, de toda essa confusão toda da habitação que nunca foi tratada, posso afirma, com seriedade, com prioridade aqui em Ouro Preto e está ai, e eu creio que os esforços da Escola de Arquitetura, os esforço do professor Ney no Cefet, com os alunos do curso Técnica em Edificações, da Prefeitura da FAOP-MG, precisariam se torna efetivamente uma verdadeira política pública de preservação, não só desses bens patrimoniais tombados, mas do maior bem que são essas populações que ainda perseveram e que por acaso do destino e da economia permanecem morando no centro histórico, ou teremos que reproduzi.” (Arquiteto Leleco)

Em seguida, a professora e coordenadora de projetos do IFMG, e vice-diretora de patrimônio do IAB-MG, arquiteta Maria Cristina Simão, apresentou propostas para o restauro público, acompanhe.

“Em abril, completamos uma etapa que foi chamar os moradores da região para explicar todas as etapas do projetos, fizemos um cadastro dos interessados, tivemos 38 famílias cadastradas, nós sabemos que no universo ouropretano não tem uma significância enorme, mas nós sabemos também que pra nossa realidade isso foi significativos, afinal estamos falando de planejamento, de projeto, não de obras, não de recurso que vai entrar lá, estamos falando de gratuidade de projeto, mas só nesse âmbito de planejamento, eu digo só, a gente sabe que pra gente isso é muito, mas que pra eles, a expectativas deles é realmente fazer a obra, dessas 38, selecionamos, de acordo com poder aquisitivo das famílias com o critério de renda per capita , valor cultural do imóvel e estado de conservação, nós escolhemos 20 famílias, que a gente tem expectativa que ao longo do ano poderemos fazer até mais que 20 projetos, mas para sermos muito pé no chão, não criar expectativas errôneas calculamos que conseguiremos fazer com certeza 20 projetos de restauro, ao longo deste ano.

Então, mostramos para a população o que significava um projeto de restauro, que num primeiro momento teria que fazer uma vistoria para entender o contexto, a região onde está inserida a sua edificação, que faríamos levantamento gráfico, desenhos informatizados, referencial histórico, a questão sócio-cultural, dos usos, das funções daquele lugar, a questão territorial, da geografia, de isolação, de água, hidrografia, todos as questões que envolvem, passando então para o levantamento gráfico e fotográfico, e dando uma visão geral deste projeto. (Arquiteta Maria Cristina Simão)

Diretamente da Paraíba, o diretor do IPHAEP-PB, Damião Ramos Cavalcante, abre sua fala com elogias a classe de arquitetos, destacando a incontestável necessidade de arquitetos e da arquitetura como fazer histórico. Veja trecho do discurso:

Gostaria de dizer que esse pouco tempo de minha dedicação em querer aprender o que me trouxe aqui, eu tive a seguinte conclusão que vocês arquitetos são imprescindíveis para o patrimônio, digo isso inclusive homenageando minha amiga Cristina (Presidente do IAB-PB) é nisso que eu verifico essa realidade. E gostaria de dizer que essa minha percepção tem muita propriedade porque que recentemente ao visitar ao Palácio da redenção, imóvel tombado, do Governo da Paraíba, eu comecei a falar na televisão perguntaram, então um dos jornalistas perguntou à Cristina se eu era arquiteto, ela disse que não, que eu era do CREA, eu não gostei muito pois eu gostaria de ser filmado como arquiteto, pelo gosto que tenho parecidos com os arquitetos, essa sensibilidade que vocês têm com as coisas que pertencem ao belo, a estética e quem não gosta de ser confundido com gente boa. Essas palavras, de dizer que vocês são imprescindíveis, que são pessoas imitáveis, dentro da preocupação com o patrimônio, é minha saudação aos arquitetos presentes.

Em uma reflexão própria, afirmo que os arquitetos são historiadores, não somente pelo que conhecem da história, mas pelo os que realizam a história. Hegel, filósofo grego, ele é muito radical nisso, quando diz que o espírito da história está entrando em cada indivíduo, e vocês nesta teoria desse filósofo idealista, são realizadores da história. (Damião Ramos, IPHAEP-PB)

Ainda no período da manhã, se manifestaram as arquitetas Helga Campos e a Diretora de Cidades do IAB-MG, a arquiteta Jurema Rugani, antes da abertura das intervenções da platéia a cerca dos temas apresentados.
Infelizmente, nós temos que lidar com a realidade que em se pagando mais ou se tendo poder de fogo, qualquer lei pode ir para o fundo da gaveta e você pode fazer qualquer coisa, isso é uma realidade nas grandes cidades, nas metrópoles, principalmente as regiões metropolitanas vivem esse processo, e isso é medido como gestão, quer dizer, nós estamos dentro de um processo que nós cidadão temos que conhecer melhor e de fato a cidade que queremos, inclusive sob o ponto de vista do patrimônio, que nós queremos legar e neste aspecto destaco também a importância da convivência patrimônio cultural / patrimônio natural., o que seria do Brasil do patrimônio brasileiro sem essa cobertura vegetal.

Se nós não queremos que as nossas cidades percam aquele coração, que descaracteriza a personalidade, aquilo que elas trazem da sua fundação, que na verdade faz com que o cidadão sejam pertencentes a ela, que na verdade é a malícia, tantas pessoas saem daqui mas vão procurar em setores, como Praga, Londres, para poder mostrar para os outros como querem ser visto, não são respeitados, enfim mas não respeitam esse espaço, nós temos uma responsabilidade imensa por isso, e essa responsabilidade se faz através de nossas instituições, e aproveito por isso agradecer a oportunidade de participar desse evento, mas a gente deveria estreitar mais e tornar mais repetitivas as nossas fontes e as nossas formas interlocuções de debates, nós não vamos trabalhar com resultados eficientes, não conseguiremos enquanto nossas discussões ficarem restritas a nós mesmos, somos pares nesse assunto, a maioria absoluta aqui são pessoas que tem acesso, mas somos apenas 1% da população brasileira. (Diretora do IAB-MG, Jurema Rugani)

Retomando os debates da programação do Fórum de Patrimônio Cultural, realizado na FAOP-MG, evento que contou com a participação de profissionais da arquitetura, estudantes e professores de diversas áreas, a mesa da tarde foi aberta pelo historiador Alex Boher que apresentou um paralelo da arquitetura ouro-pretana, com fotos que remetem ao passado da cidade histórica e sua realidade arquitetônica nos tempos atuais. O Chefe de Departamento do curso de Turismo da UFOP, Juca Villaschi, apresentou uma abordagem sobre a educação patrimonial, desenvolvido através do projeto “Sentidos Urbanos”. O ex-presidente do IEPHA, conselheiro superior do IAB-MG e diretor da Escola de Arquitetura da UFMG, o professor e arquiteto Flávio Carsalade apresentou o valor econômico dos bens patrimoniais e ambientais das cidades históricas e encerrando as exposições, o Conselheiro Vitalício do IAB, o arquiteto Demetre Anastassakis tratou da questão do financiamento de moradia popular em ruínas de centros históricos, através da sua experiência em Salvador.

A mesa de encerramento do Fórum foi composta pelo arquiteto coordenador da Comissão Nacional de Patrimônio do IAB, Paulo Ormindo, a presidente do IAB-PB e Vice-presidente do CRE-PB, Cristine Velise, o conselheiro vitalício do IAB, Demetre Anastassakis, Gabriel Gobbi, na qual a anfitriã do evento a presidente do IAB-MG, Cláudia Pires, para os pronunciamentos finais e o agradecimentos aos apoiadores deste evento, sendo eles, CREA-MG, Sinarq-MG, FOAP-MG.

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